O tema da reunião foi definido pelo anfitrião: a uva Tannat. Originária da França e transformada com o tempo em uva emblemática de nosso vizinho Uruguai, a Tannat é conhecida por produzir vinhos de coloração intensa, taninos agressivos e elevada acidez natural, características trabalhadas pelos produtores tanto em garrafas varietais quanto em blends com outras cepas tintas.
Apesar da fama da Tannat estar mais associada ao Uruguai, o país que mais marcou presença na reunião foi o Brasil, com duas garrafas. Porque aqui é assim: nós vestimos a camisa verde-amarela! A verdade, apesar da brincadeira, é que a uva tem grande presença na produção vitivinícola nacional, e o fato de dois confrades terem trazido garrafas de vinhos nacionais é uma prova disso.
Abrimos o evento com um uruguaio jovem e sem qualquer passagem por madeira, o Don Pascual Varietal Tannat 2015 produzido pela Família Deicas / Establecimiento Juanicó, trazido pelo confrade André. A garrafa foi embora rapidinho, e segundo o confrade José Nilto o vinho surpreendeu pela densidade e por uma boa combinação de frutas vermelhas no olfato.
A intenção do confrade Edward ao trazer o argentino Michel Torino Colección Tannat 2012 (Bodegas El Esteco / Grupo Peñaflor) era ser "diferente" e fugir um pouco do eixo Uruguai-Brasil, que praticamente domina a presença da Tannat no mercado nacional. Mais austero que o vinho anterior, este já tem 30% de passagem em carvalho por um período de 6 meses. Foi a garrafa com maior acidez e álcool da noite, um aspecto percebido por vários confrades, além da presença de tabaco e fruta madura no olfato.
Do terroir da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, veio o Fausto Tannat, safra 2014 produzida pela Pizzatto Vinhas e Vinhos. Acima, o anfitrião Wlad apresenta o vinho, que tem passagem por barris de carvalho de terceiro uso e demonstrou isso tanto no olfato quanto em boca, segundo a maioria dos confrades presentes. Encorpado, houve ainda menções a chocolate, além dos esperados aromas de frutas negras.
Novamente o Brasil marcou presença com a última garrafa de Tannat da noite, graças à escolha de José Nilto. Produzido pela Cooperativa Vinícola Aurora na Serra Gaúcha, o Aurora Reserva Tannat 2014 se mostrou bastante equilibrado em matéria de acidez e taninos, com aromas de frutas vermelhas e negras muito maduras, textura encorpada e elegante. De acordo com o contrarrótulo, este vinho também passa por amaciamento em carvalho americano e francês.
Uruguai, Argentina, Brasil e Brasil
Após as degustações e muitos "causos" compartilhados pelos presentes, foi eleito como melhor vinho da noite o uruguaio Don Pascual Varietal Tannat 2015, favorito de dois dos quatro confrades. Sem detrimento em relação aos demais vinhos, o fato do único uruguaio ter se saído como melhor da noite talvez seja um indicativo de porque atualmente nosso país vizinho seja referência em relação a essa variedade de uva.
Ao final do evento, o anfitrião Wlad ainda tirou de sua adega particular um blend chileno para um brinde final. Abaixo está ele, o Isla Negra West Bay Cabernet Sauvignon / Merlot 2015, que é produzido com a habitual competência da Cono Sur e leva em sua composição 85% de Cabernet e 15% de Merlot.
Da esquerda para a direita
Márcia e José Nilto, André e Ana Cláudia, Edward e Francielli (e Maria Izabel), Thelma e Wlad (por trás da câmera)
Após mais um evento de absoluto sucesso, a Confraria Tênis e Vinho MT segue firme e forte, promovendo a cultura enófila e a prática de esporte entre seus integrantes.
Que venha o próximo encontro!